Qual é a melhor maneira de explicar Mateus 26:93?
Pergunta
Tenho pesquisado maneiras melhores de explicar Mateus 26:39 para um discurso. Poderia me ajudar?
Resposta
Sem algo com que comparar, não podemos avaliar uma “maneira melhor”, mas podemos compartilhar alguns pensamentos sobre a preparação de discursos que espero que sejam úteis. Usaremos esse versículo para demonstrar algumas sugestões.
Ensine a doutrina presente em Mateus 26:39
Vamos enfatizar que buscar algo novo ou diferente para ensinar pode facilmente se tornar uma pedra de tropeço. Atos 17 descreve Paulo pregando em Atenas:
21 (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma coisa nova).
E em 2 Timóteo 4:2–4, Paulo adverte Timóteo a permanecer firme na doutrina, e profetiza um tempo em que as pessoas terão “coceira nos ouvidos” e não suportarão a verdade.
Ambos os casos sugerem que precisamos evitar a armadilha de sempre querer algo novo ou diferente. Somos chamados para ensinar e testificar da doutrina pura e simples de Cristo. Por favor, certifique-se de que sua busca por “maneiras melhores” não esteja errando o alvo.
Aprenda a doutrina em Mateus 26:39
Antes de ensinar, precisamos aprender. Quanto mais familiarizado você estiver com a doutrina e com as escrituras em questão, melhor poderá ensinar os outros, e mais o Espírito poderá ensinar você.
Seu aprendizado pode incluir tanto o estudo quanto a vivência do princípio do evangelho. Vamos começar com o estudo. Além de ler o versículo em questão, o seguinte pode aumentar sua compreensão:
1. Oração (veja a última seção da minha resposta).
2. Versículos ou capítulos próximos. A quantidade vai depender do contexto. No caso deste versículo, eu leria pelo menos o capítulo inteiro. Embora seja uma cena com a qual todos devemos estar familiarizados, eu recomendaria ler novamente com atenção, observando o que se destaca para mim.
3. Evangelhos paralelos. Muitas vezes há vários relatos do mesmo evento. Neste caso, Marcos 14 e Lucas 22 contam a mesma cena. Estude-os para ver o que a diferença de linguagem revela.
4. Notas de rodapé. Elas podem oferecer percepções inesperadas. Nem sempre estão obviamente relacionadas, mas estudá-las expande sua compreensão do princípio do evangelho em questão. Por exemplo, nas três passagens (Mateus, Marcos e Lucas), as notas de rodapé nos levam a:
- O próprio relato de Jesus sobre esse evento, encontrado em Doutrina e Convênios.
- Hebreus 5, onde o versículo seguinte ensina que Cristo aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu (ver mais adiante).
- Isaías, ensinando sobre a obediência e coragem de Cristo.
- Escrituras do Livro de Mórmon que testificam da Expiação de Cristo (incluindo, novamente, as palavras do próprio Cristo).
- O livro de Moisés ensina que Cristo foi escolhido desde o princípio.
- E diversos assuntos no guia Tópicos do Evangelho.
Tudo isso pode ajudá-la a ter uma compreensão mais profunda do tema, e essa compreensão pode levar a uma abordagem única e à orientação do Espírito (veja a última seção).
Use as palavras de Apóstolos e Profetas modernos para ensinar
Profetas e apóstolos Santos dos Últimos Dias podem dar mais luz sobre versículos específicos. Uma ferramenta excelente para isso é o Scripture Citation Index.
Esse site (ou aplicativo) permite selecionar um versículo e ver todos os discursos da conferência geral e alguns documentos históricos que o citaram. Apesar do conteúdo estar em inglês, podemos localizar os discursos em português no site oficial da Igreja.
Por exemplo, Mateus 26:39 sozinho tem 73 citações! Combinado com outros versículos, são ainda mais. Aqui estão algumas coisas que aprendi ao revisar os textos que citaram apenas o versículo 39:
A maioria fala sobre como devemos também submeter nossa vontade ao Pai.
Spencer W. Kimball enfatizou a vida perfeita de Cristo e sugeriu que Ele amava a vida, e que isso pode ter influenciado Sua súplica de que o cálice passasse dEle. Isso me fez refletir de um modo que eu nunca tinha considerado, pois sempre foquei na dificuldade da tarefa.
Alguns conectaram a Hebreus 2 e 5, falando sobre como Cristo aprendeu e foi aperfeiçoado pelo sofrimento.
Outros disseram que, ao saber da dor que enfrentaria, o Salvador simplesmente não queria passar por aquilo, e por isso perguntou se havia outro caminho. E destacaram que, por isso, sabemos que não havia outro caminho.
O élder Neal A. Maxwell apontou que esse relato mostra ainda mais claramente que nada “nos separará do amor de Cristo” (Romanos 8:35).
O élder Ángel Abrea disse que o versículo nos ensina a ter paciência na aflição.
O élder Robert D. Hales observou que esse relato pode nos dar força para seguir em frente diante de uma tarefa ou provação esmagadora.
E o élder Neal A. Maxwell ensinou esta linda lição:
“Será que nós também confiaremos em Deus em meio a dificuldades incompreensíveis para as quais não temos explicações fáceis? Será que compreendemos—realmente compreendemos—que Jesus sabe e entende quando estamos confusos e tensos? A completa consagração que levou ao sacrifício expiatório assegurou a perfeita empatia de Jesus. Ele sentiu as mesmíssimas dores que sentimos, muito antes de nós, e sabe como nos socorrer. (Ver Alma 7:11–12; 2 Néfi 9:21.) Uma vez que o Mais Inocente foi quem mais sofreu, nossos gritos, perguntando “Por que?” não se comparam ao Dele. No entanto, podemos usar a mesma palavra de submissão “todavia ( … )” (Ver Mateus 26:39).”
Os ensinamentos de profetas e apóstolos geralmente oferecem histórias, exemplos e lições que aprofundam nossa compreensão das escrituras.
Aplique Mateus 26:39 à sua vida
Ao procurar formas de tornar uma escritura mais aplicável à sua própria vida, ela ganha mais significado pessoal. Uma maneira de fazer isso é tentar se colocar no lugar dos personagens da história (se houver), ou se inserir na situação.
O que poderia estar acontecendo nas partes que não foram registradas? O que você pensaria se estivesse lá? Como se sentiria? O que faria de diferente por causa disso? Ao ponderar assim, o que se destaca ou se aprofunda?
Outra forma é abstrair princípios da escritura que possam guiar suas ações. Isso geralmente envolve pegar eventos específicos e extrair lições. Três das citações que encontrei fazem exatamente isso:
O presidente Harold B. Lee falou sobre orar com fervor, não ter sua súplica atendida, e aprender com o sofrimento.
O élder Robert D. Hales falou sobre os discípulos dormirem durante o evento, e nos convidou a refletir se também “estamos dormindo” quando alguém precisa de nós. Disse que, embora Deus não tenha tirado o cálice, enviou ajuda por meio de um anjo. Da mesma forma, mesmo que passemos por provações, o Pai nos ajudará, mesmo que não remova a dificuldade.
Por fim, o élder Ronald E. Poelman ensinou de maneira simples:
“Devemos, então, desejar ou buscar sofrimento e adversidade? Não! Podemos tentar evitá-los de forma apropriada? Sim! É correto pedir alívio? Sim, sempre acrescentando, conforme o exemplo do Salvador: ‘porém, não seja como eu quero, mas como tu queres.’”
Esperamos que esses exemplos ajudem você a extrair princípios e padrões das escrituras que possa aplicar à sua vida, seja para discursos ou para viver o evangelho. Quando escolhemos viver de acordo com os princípios ensinados nas escrituras, aprendemos sa veracidade por experiência própria (João 7:17).
Busque o Espírito
Talvez a coisa mais importante ao preparar um discurso seja buscar o Espírito. Faça o que for necessário para obter a orientação e iluminação do Espírito Santo. Eu não sei o que os membros do seu ramo ou estaca precisam ouvir. O Espírito sabe.
Por fim, não sabemos qual é a melhor abordagem para que eles sintam o Espírito e sejam motivados a mudar. O Espírito sabe. Tudo o que mencionamos acima pode ajudar você a receber essa orientação, mas lembre-se de que essa orientação é a parte mais importante da preparação e da apresentação do seu discurso.
Esperamos ter ajudado e desejamos o melhor no seu discurso sobre Mateus 26:39. Depois, volte aqui e deixe nos comentários como foi!
Fonte: Ask Gramps
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